Parar de trabalhar pra me dedicar mais à Clara era uma
possibilidade – e mais que isso, uma vontade que eu vinha alimentando há certo
tempo. Até que me vi de frente com essa mudança e, confesso, fiquei aliviada
por a vida ter tomado esse rumo. Eu sempre amei trabalhar, gostava do que fazia,
por muito tempo aquilo me motivou e me fez feliz.
Fui “do contra” da maioria das mães, que deixam de trabalhar
quando engravidam. Eu voltei a trabalhar depois da licença maternidade quando a
Clara tinha quase 5 meses e estava “tranquila” com essa decisão, foi até mais
fácil do que eu achei que seria. Fui feliz trabalhando fora – enquanto ela era
cuidada por uma pessoa ótima e de super confiança em casa – por mais de um ano.
Mas aí alguma coisa começou a mudar. Eu comecei a sentir uma
falta danada de poder acompanhar mais de perto as tantas transformações na vida
da minha filha, de ter tempo pra ela e pra mim também, porque trabalhando e
ficando fora de casa o dia todo não dava tempo pra NADA! Eu não rendia mais tão
bem no trabalho e a empresa precisava de alguém com gás total. Resultado:
saí. Isso já faz quase cinco meses e,
agora, olhando e tentando fazer uma avaliação dessa mudança – que só quem é mãe
sabe o quanto é grande – posso dizer que sim, foi a melhor coisa que poderia
ter acontecido.
Como toda escolha, escolher “não trabalhar fora” tem seus
prós e contras. E eu não poderia saber de todos eles se não tivesse passando
por isso.
Entre os benefícios, está a impagável oportunidade de
vivenciar o dia a dia de uma menininha que faz milhões de descobertas todos os
dias, que está desembestando a falar e que apronta todas e mais algumas. E se é
cansativo pacas (sim, é!), também é ótimo acompanhar toda essa eufórica e
desafiadora infância, que é única pra ela e pra mim.
Outro ponto a favor dessa decisão é ter tempo pra fazer as
minhas coisas: as que eu preciso, tipo ir ao banco, compras as coisas pra casa,
resolver as pendências da Tchukids, etc, e também as que eu quero, como
por exemplo, ir à academia, sair no meio da tarde pra tomar um sorvete (e
depois ir pra academia de novo), viajar durante a semana e tantas outras coisas
que antes eu não podia fazer. Tudo isso faz um bem danado!
Sem falar na liberdade de fazer meus horários, trabalhar em
casa de olho na cria, de dividir meu tempo da forma como eu achar mais
produtivo e mais adequado à rotina de casa.
Por outro lado, ao deixar de “trabalhar fora”, descobri que “trabalhar
dentro” é igualmente cansativo às vezes.
(Nesse momento, Clara acaba de acordar e chegar no sofá, onde escrevo esse
post, pedindo colo. Provavelmente ele só será terminado amanhã).
Pouco depois que eu parei de trabalhar na agência, a Rose,
babá e faz-tudo aqui em casa desde que a Clara era bebezinha também pediu pra
sair (sinal de que nada acontece por acaso) e eu me vi doida – e perdida – pra cuidar
da casa, da Clara, do home Office e de tudo mais sozinha. E aí a gente percebe
que ser mãe e dona de casa é, com o perdão da palavra, trabalhoso pacarái!
Tem dias que acho que vou surtar: é a casa de pernas pro ar,
almoço pra fazer, Clara dando chilique, trabalho me esperando, encomendas pra
despachar, trabalho-ad-infinitum-forever-quero-fugir-pra-uma-ilha. E é por isso que dá vontade de enfiar um garfo no zóio de quem olha pra você e pensa: "que moleza essa vida de mãe que não trabalha".
Mas aí você percebe também que, se dá conta de tudo isso sem
deixar a casa pegar fogo ou sua filha morrer de fome – ou de tédio, dá conta de
qualquer outro trabalho no mundo, meu bem. Só falta receber salário, porque,
aliás, essa é outra questão que pesa contra nessa questão trabalhar fora versus
se dedicar exclusivamente aos filhos. Por enquanto, eu ainda tenho uma graninha
pra me virar com as minhas despesas, mas ano que vem, sinceramente, não sei
como vai ser. Tremo só de pensar na possibilidade de ter que ficar pedindo
dinheiro pro marido pra tudo, então essa parte é a que mais me preocupa no
momento.
Mas, mesmo assim, não tenho pretensão de voltar a trabalhar
em horário integral, fora de casa, com hora pra sair e pra entrar (e nenhum tempo pra mim).
Deus queira que chova frilas e encomendas na Tchukids, pra eu conseguir manter essa
minha decisão. Decisão da qual não me arrependo nem um tiquinho (pelo menos
até o momento em que escrevo esse post) e que só me mostrou mais uma vez que
não há regras, nem certo ou errado quando o assunto é o bem estar de mães e
filhos. Cada um tem que saber o que é melhor pra sua família - e qual a hora de arriscar mudar, se assim quiser.
E por aí, qual foi o melhor caminho pra vocês, mães, depois
que os filhos chegaram? Pensam em mudar de rumos também?
Beijos,
Mari
4 comentários on "Trabalhar fora ou ficar com os filhos? A eterna dúvida materna"
Boaaaaaa!! =D
Mari, a nossa história é muito parecida só muda que tenho dois pequenos Davi e Heloísa e agora em Fevereiro completa 1 ano que resolvi sair do serviço e também to contigo!bjus Ateliê Bala Baiana
Mari obrigada pelo carinho la no blog!! Diferente de vc, eu sempre pensei que quando eu ganhasse meu filhote iria parar de trabalhar, e graças a Deus eu pude, e ate hj nao voltei a trabalhar e ele ja tem 2 anos, tenho certeza que a sua decisão foi a melhor que teve, apesar de ter dias dificies o melhor e aproveitar essa fase!!
Beijos
Gleysa
www.demamaeursa.com
Oi Mari, tudo bem? Obrigada pelo comentário lá no blog.
Bom, como ainda não tenho filhos, sei que quando eles chegarem, gostaria de trabalhar em casa com meus artesanatos para dar a devida atenção que eles merecem. Para tal, seria necessário também, o esposo ganhar um pouco melhor na empresa, para suprir certas deficiências financeiras.
Trabalhar em casa quando se é reconhecida, tem um nome e uma clientela fixa é excelente, mas para quem está começando é um tanto arriscado.
Contudo, acho que estar em casa trabalhando e vendo as crianças crescerem, para mim, seria excelente.
Beijos, boa quinta.
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