Falei aqui uns dias atrás sobre as pessoas que gostam de
palpitar sobre o que julgam ser a maneira certa de criar nossos filhos. O
assunto repercutiu, teve gente que se identificou com os dois personagens: a
mãe e o “conselheiro”.
Pois bem, mas existe uma outra situação, ainda mais evidente
e comum, pelo menos no meu caso, que é quando a pessoa simplesmente passa pela
fase do palpite e vai direto à ação!
No meu curso intensivo de maternidade nos últimos 7 meses e
meio percebi que não há nada mais irresistível do que testar as capacidades e
reações de um bebê. Todo mundo está o tempo todo querendo saber como ele vai se
comportar em determinada situação, como vai reagir a determinada novidade e,
especialmente, qual carinhafofaeengraçada ele vai fazer quando você enfiar um
limão azedo ou um palitinho salgado na boca dele.
São os bebês-cobaia! Uma espécie muito comum, eu acredito. Na
minha última estadia em Jales, a Clara experimentou algumas “novidades”, sem o consentimento
da mamãe aqui, diga-se de passagem.
Minha vó, super carinhosa e louca com a surpresa que fizemos
chegando com a Clara lá em Jales sem avisar ninguém, tratou de fazer um
pãozinho em miniatura pra ela. Daí que fomos tomar café da tarde lá, aquela
confusão de tios, primos e crianças botando os assuntos em dia e quando olho: a
Clara, no colo de alguém, lambendo seu pãozinho com uma cara meio feliz, meio
desconfiada, meio vesga tentando ver o objeto que ela colocara na boca.
Ok, até aí tudo mais ou menos bem. Só que o primo,
não contente, resolve oferecer um pão COM MARGARINA! E ela, claro não recusou.
Deu uma lambida, ficou alguns segundos tentando descobrir o gosto daquela
meleca gordurosa e já abriu a boca de novo, esperando por mais.
E a mamãe, que não é neurótica mas também não quer que a
filha de apenas 7 meses fique comendo coisas industrializadas e nada saudáveis por enquanto,
tratou de salvá-la dessa experiência-científica-não-autorizada.
No outro dia, em casa com a vovó e o vovô, foi a vez da cobaia
Clara experimentar um palitinho de massa de pão empanado com sal e mais algum
tempero que eu não sei qual é, porque não experimentei. Segundo relatos da
minha mãe, que muito espertamente esperou eu sair de perto para oferecer o “petisco”
pra ela, a Clara chupou, fez careta (também, seu paladar mal conhece a palavra “sal”),
deu risada, tentou morder e conseguiu arrancar um pedacinho do palito, para o
desespero da minha mãe, que tem medo mas não tem vergonha, né? E é claro que eu
só fiquei sabendo disso bem depois do ocorrido, pra não dar bronca em ninguém.
Também já teve dedo melecado com sorvete, com chocolate
derretido e outras coisas que eu nem quero imaginar, indo parar na boca do
bebê-cobaia. Fazer experiência com crianças indefesas deve ser algo
muito divertido mesmo. Se a criança em questão for o filho dos outros então, melhor
ainda! A gente se diverte, a criança quase sempre e, se alguma
coisa sair errado depois, deixa pra lá, quem vai cuidar são os pais mesmo. Azar
o deles!
Tá bom, como eu já disse eu não sou do tipo neurótica ao extremo, também já passei da fase de me preocupar demais com germes, bactérias e outras bichinhos chatos mas inevitáveis do tipo. Também acho importante que minha filha tenha novas experiências e experimente coisas diferentes para, no futuro, não ter restrições com comida. É preciso deixar claro ainda que tenho certeza absoluta que as pessoas não fazer por mal, até porque na maioria das vezes são as mais próximas e mais queridas que fazem essas experiências alimentícias com a Clarinha.
Mas vamos combinar que tudo tem seu tempo e que ta cheio de coisas mais saudáveis por aí pra ela experimentar e se deliciar, antes de conhecer as tentações do mundo do açúcar, da farinha branca, do sal e das bobagens todas feitas com eles. E enquanto eu puder manter isso longe dela no dia-a-dia eu o farei, sem peso na consciência.
Mas vamos combinar que tudo tem seu tempo e que ta cheio de coisas mais saudáveis por aí pra ela experimentar e se deliciar, antes de conhecer as tentações do mundo do açúcar, da farinha branca, do sal e das bobagens todas feitas com eles. E enquanto eu puder manter isso longe dela no dia-a-dia eu o farei, sem peso na consciência.
PS: Sobre o limão azedo citado lá em cima, essa experiência foi promovida pela mamãe mesmo, que não resistiu à ideia de ver a filha experimentando a fruta rainha das caras feias e engraçadas. Pra constar, ela fez careta mas quis mais.
3 comentários on "Bebê-cobaia: como alimentar o filho dos outros"
Mandou muito bem mari! Vamos torcer por experiencias com frutas e legumes. Que tal um abacaxi ou giló!!! hhehehehehehehe. Compartilho tudo isso. Beijos e boa sorte para a Clarinhas nas próximas experiencias!
É bem verdade isso que vc disse.Parece que todo mundo adora enfiar as coisas na boca dos bebezinhos. Tb acho que vc está certa em evitar que ela experimente essas coisas que não são saudáveis nem apropriadas pra idade dela, eu até briguei algumas vezes qdo algumas pessoas "sem noção" ofereciam tranqueiras pro meu filho. Vamos salvar nossos filhos cobaias! rs
No limão eu também estava presente... isso é um clássico da vida de bebê...
Qual mãe/irmãos/tios / avós não deram um limãozinho pra ver aquela careta engraçada!!!
Mas realmente, tudo tem seu tempo pra acontecer...e se depender da madrinha babona aqui esses limites serão respeitados!!...
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